
Inicio esta postagem com uma pergunta que muitos já pensaram, mas parece que a resposta não vem a tona. As vezes, penso que a resposta está bem estampada em outdoor, e nós não queremos ver. Há alguns anos, a violência já permeava a sociedade, a fome já existia e a corrupção era o piso que revestia a casa, porém tudo era sofrido em silêncio. Mas com o advento da tecnologia, quando todos se tornam comunicólogos e expõem o que seria uma foto ou ideia guardada, a realidade vem a tona. As informações existem para serem postadas, twittadas, compartilhadas e assim ela vai longe (ainda bem que hoje podemos viver na era da velocidade da informação).
Essa velocidade nos faz conhecer um mundo que parece surreal. Esta semana fui posto contra a parede com algo que mexeu com as minhas estruturas. Quem tem filhos, certamente, sentiu mais que eu. Imagina um jardim de infância cheio de crianças que falam: "Tio, quero água!", e você podendo atende-la lhe dá a tão pura água. Ou uma criança brincando numa piscina de bolinhas coloridas. É bonito de se ver. Mas a imagem que circulou pela internet, foi de uma menina síria de 4 anos - a famosa, inocente e assustada Hudea. Ela ao ver um fotografo com seu equipamento de trabalho (uma máquina fotográfica e uma lente tele) pronto para registrar mais uma realidade fetal, levantou as mãos, mordeu os lábios de medo e num grito indizível pediu socorro, pois achava ser uma arma de fogo apontada para si.
O que estamos vivendo? Como podemos deixar isso acontecer? Uma menina que poderia ser sua irmã, filha ou neta que ao ver uma câmera fotográfica, ao invés de encarar como um brinquedo, teme achando ser uma arma. Que futuro tem esta menina numa realidade como essa? Ela está tão acostumada com a violência que já tem a maneira singular de pedir ajuda. Sei que são perguntas que nós podemos até responder, mas mudar a realidade dela não está só em nossas mãos. Mas a tristeza e preocupação me faz querer saber: Onde vamos parar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário